Um vídeo polêmico envolvendo o pastor José Wellington Bezerra da Costa, líder da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em São Paulo, foi removido do portal O Fuxico Gospel. A publicação mostrava o pastor pedindo votos para um candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), gerando reações adversas entre os fiéis, que responderam com gritos de “o PT não”. O Coletivo Bereia investigou o caso para verificar a veracidade das informações.
Após a publicação, o conteúdo foi rapidamente retirado do ar, mas o endereço digital da página ainda está acessível, embora sem o conteúdo original. A exclusão gerou especulações sobre a motivação por trás da remoção, especialmente após a repercussão negativa entre os membros da igreja, que historicamente se posicionaram contra o PT.
Para entender o que foi publicado, o Coletivo Bereia utilizou a inteligência artificial Gemini, do Google, que revelou que o pastor pediu votos durante um culto para Luiz Fernando, candidato a prefeito pelo PT. A IA destacou que a mudança de postura do pastor pode estar ligada a uma aliança política entre Luiz Fernando e a família de José Wellington.
O vídeo do pastor pedindo votos foi também discutido em um canal do YouTube, que destacou a longa colaboração política entre Luiz Fernando e a família do pastor. No entanto, nem o pastor José Wellington nem a Assembleia de Deus mencionaram o episódio em suas redes sociais, e o portal O Fuxico Gospel não respondeu aos pedidos de comentário.
José Wellington Bezerra da Costa tem uma longa história de envolvimento político, frequentemente utilizando eventos religiosos para expressar apoio a candidatos. Em 2019, ele aconselhou os fiéis a não votarem em candidatos de esquerda e agradeceu publicamente a Jair Bolsonaro por seu apoio.
A família Costa, que lidera a Assembleia de Deus Belém, tem membros ativos na política, incluindo Paulo Freire Costa, deputado federal, e Marta Costa, deputada estadual. A influência política da família é notável, com vários membros ocupando cargos eletivos.
O pastor José Wellington já foi criticado por seu envolvimento político, especialmente por apoiar candidatos durante cultos. Em 2022, ele pediu votos para Bolsonaro, o que levou a uma representação por propaganda eleitoral extemporânea.
O Coletivo Bereia concluiu que as alegações sobre o pedido de votos do pastor são verdadeiras, destacando a exclusão do conteúdo pelo portal gospel. A organização alerta para o uso político de espaços religiosos, que pode configurar crime eleitoral, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).