Desinformação em tempos digitais: ações do terceiro setor para promover uma sociedade mais informada

Mike Gull By Mike Gull 7 Views
Paulo Henrique Silva Maia explica que o terceiro setor combate a desinformação com educação e projetos sociais.

A desinformação em tempos digitais tem se consolidado como um dos principais desafios contemporâneos. Segundo Paulo Henrique Silva Maia, fundador e CEO da Case Consultoria e Assessoria, o volume de informações falsas circulando na internet compromete a qualidade do debate público, impactando negativamente políticas públicas, decisões individuais e a coesão social.

Neste cenário, o terceiro setor assume um papel cada vez mais estratégico. Organizações da sociedade civil, fundações e institutos têm atuado como agentes de transformação, desenvolvendo ações educativas, campanhas de conscientização e projetos de checagem de fatos que visam construir uma sociedade mais bem informada e resistente à desinformação.

Por que a desinformação digital representa um risco social?

A proliferação de fake news nas redes sociais afeta diretamente como as pessoas interpretam a realidade. Com algoritmos que priorizam o engajamento, mesmo conteúdos enganosos ganham grande visibilidade. Isso favorece discursos extremistas, deslegitima instituições e enfraquece o senso crítico da população. Paulo Henrique Silva Maia explica que a desinformação também contribui para o agravamento de crises sanitárias e ambientais, como evidenciado durante a pandemia de COVID-19. 

A influência da desinformação vai além do campo individual. Quando a sociedade baseia suas decisões em informações incorretas, há um prejuízo direto à formulação de políticas públicas efetivas. Projetos sociais, programas de vacinação, campanhas de prevenção e outras ações governamentais podem ser desacreditadas ou boicotadas. Esse cenário exige que gestores públicos, técnicos e membros do terceiro setor estejam preparados para lidar com um ambiente informacional complexo e, muitas vezes, hostil.

Como o terceiro setor pode combater a desinformação?

Paulo Henrique Silva Maia destaca que o terceiro setor se destaca por sua capacidade de mobilização social e proximidade com comunidades vulneráveis. Por isso, suas ações no enfrentamento à desinformação são fundamentais. Entre as estratégias adotadas, destacam-se:

  • Educação midiática: capacitar cidadãos para identificar fontes confiáveis, interpretar dados e reconhecer discursos manipuladores.
  • Plataformas de verificação de fatos: iniciativas independentes voltadas à checagem de informações e ao esclarecimento de boatos.
  • Campanhas de conscientização: uso de linguagem acessível para explicar conceitos científicos, desmistificar crenças erradas e promover o pensamento crítico.
  • Parcerias com escolas e universidades: inclusão da temática em currículos formais e projetos de extensão.
Reduzir fake news exige atuação conjunta, destaca Paulo Henrique Silva Maia.
Reduzir fake news exige atuação conjunta, destaca Paulo Henrique Silva Maia.

Essas ações devem ser contínuas e articuladas com outras instituições, garantindo maior alcance e impacto. Organizações do terceiro setor podem implementar uma série de boas práticas para combater a desinformação. A primeira delas é investir em comunicação transparente, com dados verificáveis e linguagem clara. Para Paulo Henrique Silva Maia é essencial manter presença ativa nas redes sociais.

Outro ponto importante é a formação de multiplicadores, ou seja, lideranças comunitárias e educadores capacitados para replicar o conhecimento em seus territórios. O desenvolvimento de materiais educativos e o uso de tecnologias acessíveis, como podcasts e vídeos curtos, também têm se mostrado eficazes. Tais medidas contribuem não somente para reduzir o impacto das fake news, mas também para empoderar comunidades.

Qual o papel da inovação social nesse processo?

A inovação social tem papel decisivo no enfrentamento à desinformação. Ao criar soluções criativas, sustentáveis e colaborativas, o terceiro setor pode transformar o modo como o conhecimento circula. Ferramentas como aplicativos de checagem comunitária, plataformas de denúncia de boatos e redes de informação cidadã fortalecem a capacidade da sociedade de se proteger da manipulação.

Conforme Paulo Henrique Silva Maia, iniciativas inovadoras tendem a gerar maior engajamento e confiança junto ao público, especialmente quando valorizam a escuta ativa e o diálogo com diferentes realidades culturais e sociais. Mensurar os resultados das ações contra a desinformação é essencial para garantir sua efetividade e continuidade. Indicadores como nível de conhecimento da população, redução na disseminação de conteúdos falsos e engajamento em atividades educativas podem ser utilizados como parâmetros.

Autor: Mike Gull

Share This Article