Novas tecnologias, como alcançar os jovens por meio delas e o uso ético das Inteligências Artificiais foram os temas debatidos pelos bispos nesta segunda-feira, 15
A segunda semana da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB), no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo. “Desafio e Luzes para a evangelização das juventudes”, projeto Igrejas Irmãs e inteligência artificial foram alguns dos tema apresentados pelos bispos nesta segunda-feira, 15. Dom Vilson Basso, bispo de Imperatriz (MA), Dom Valdir José de Castro, bispo de Campo Limpo (SP) e o bispo de Rondonópolis-Guiratinga (MT), Dom Maurício da Silva Jardim, compuseram a mesa de religiosos que atenderam à imprensa.
“Deus ama seus jovens”, começou Dom Wilson. “Precisamos estimular na missionariedade dos jovens. Cuidar deles é cuidar da sociedade. Sinto alegria em servir a esta causa”, ressaltou.
Há ainda uma necessidade grande para a Igreja se aproximar deles nestes tempos modernos — um objetivo que ainda não foi alcançado plenamente. “Parece que a notícia de que temos de um Jesus forte e vivo não chega aos jovens”, lamentou Dom Wilson. “Mas, descobrimos novas maneiras de falar sobre Jesus por meio de um aplicativo, por meio de um game. Então, a questão é como podemos levar a esses milhares de jovens, que chamamos de ‘desigrejados’, o nome de Jesus?”, observou.
Igrejas que se ajudam
Além da aproximação com o público jovem, os bispos também estão preocupados com a ajuda mútua. Assim, Dom Maurício falou sobre a maturidade da fé em oferecer ajuda recíproca com o projeto Igrejas Irmãs — que completou meio século de existência em 2022. “Temos um projeto há 52 anos de uma diocese ajudar outras dioceses. São mais de 100 igrejas ajudando-se. E com diferentes formas de ações. E estamos aqui hoje discutindo formas de atualização deste projeto”.
O bispo de Campo Limpo destacou o quão humilde é o gesto missionário de muitas vezes ceder ajuda a uma igreja irmã que precisa de amparo. “O Papa Paulo VI dizia que quem evangeliza se evangeliza”, ponderou.
Guiné Bissau e Moçambique, de acordo com o sacerdote, são alguns dos países que serão contemplados com préstimos do projeto.
Inteligência artificial
A tecnologia artificial, tema que abriu a sessão desta segunda-feira, também foi destaque nesta coletiva. Dom Valdir citou o pensamento do Papa Francisco, que enfatiza o uso humano das tecnologias, que deve ser posta em prática de maneira ética.
“O Papa Francisco tem incentivado a Igreja a pensa e agir em torno da inteligência artificial”, explicou o prelado. “O tema para o próximo Dia Mundial das Comunicações também vai girar em torno disso. A Igreja, como perita em humanidade, pode orientar e utilizar de forma ética a inteligência artificial. Vamos partir do ponto positivo desses recursos para anunciar o Evangelho. Não podemos nos omitir, o mundo é assim. Os jovens já estão dentro desse universo”, ressaltou.
“Lembrando uma famosa frase do Papa, que sintetiza bem este tempo: um tempo rico em técnica, mas pobre em humanidade. Não vamos negar as tecnologias, mas como vamos levá-las ao coração humano à luz de Jesus Cristo?”, indagou.
A Assembleia
Além da realidade da Igreja no País e a ação evangelizadora, a Assembleia colocará em pauta o Sínodo dos Bispos, Jubileu 2025 e Juventude entre outros. O encontro com o episcopado brasileiro chega ao fim nesta sexta-feira, 19 de abril.